quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A busca pelo novo Mkhitaryan (Parte III)

Melhor jogador do Leste Europeu.


Nas últimas semanas Rui Malheiro e eu falamos sobre o repentino interesse pelo mercado armênio após o "estouro" de Mkhitaryan na Ucrânia (pelo Metalurh e agora pelo Shakhtar). No primeiro post abordamos alguns nomes e o início da carreira de Mkhitaryan. No segundo, o Pyunik foi o tema central. Neste terceiro, traçaremos nossas expectativas sobre o futuro.


O que podemos esperar daqui para frente?

Pese o fato de eu ter mencionado uma evolução no futebol do país anteriormente, sabemos que esta abrange mais a seleção do que o campeonato nacional. Com base nisso, e na saturação do mercado armênio, perguntei a Rui se a demanda por jogadores do país pode diminuir ou se ainda é muito cedo para estipular quaisquer prazos:

"Não creio que a tendência desaparecerá nos próximos tempos. É um mercado agradável, onde se pode contratar a preços baixos e onde existem vários talentos a despontar. Para além disso, a proximidade com a Rússia e a Ucrânia, por exemplo, torna-o num mercado apetecível, até em termos de adaptação do jogador. Agora, será normal a Liga perder qualidade -e já não era muita-, pois os clubes não têm capacidade para segurar os seus melhores jogadores. Para além disso, faltam argumentos financeiros para seduzir jogadores estrangeiros de maior qualidade, como também, do ponto de vista tático e de treino, existem ainda bastantes lacunas, bem visíveis nas curtas experiências dos clubes armênios nas competições europeias".

Em suma, a constante busca por jogadores armênios deve seguir nos próximos tempos pelos motivos já elucidados nesta série de postagens. E este é o ponto-chave no qual queria chegar. O trabalho a longo prazo feito no país -sobretudo no Pyunik- demorou vários anos para surtir efeito. Praticamente não existiam clubes interessados (ou mesmo curiosos) para ver o que o ex-membro da União Soviética tinha a oferecer.

Tardaram basicamente dez anos (e dez títulos) para ver o Pyunik com bons olhos. O campeonato era tão inexpressivo que apenas isso chamou a atenção. Mas não foi a única coisa. O sucesso de Mkhitaryan no Metalurh e no Shakhtar, somado ao desempenho da seleção nacional em 2010 e 2011 despertou um pouco mais de curiosidade e espírito inovador nos clubes do Leste. Mas por que apenas eles? Como disse Rui, a proximidade com Rússia e Ucrânia torna a adaptação mais fácil e isso, meus caros, faz a diferença.

Ao cabo de tudo, fica a lição de que os jogadores armênios devem ser observados com mais atenção não só por olheiros como também pelos espectadores interessados em futebol internacional, porque mais dia menos dia eles podem vestir a camisa do seu clube e, como Mkhitaryan, despontar em um campeonato de maior visibilidade e, ainda por cima, serem desejados por clubes de topo.

2 comentários:

  1. O senhor é mesmo um mito! Não posso deixar passar isso, é simplesmente sensacional ver o senhor acompanhar esses campeonatos "exóticos".

    Na Armênia eu lembro somente do Manucharyan (nem sei onde ele está agora), meia veloz que surgiu no Ajax. Ele era a grande estrela daquele time ao lado do Huntelaar. Incrível como o rapaz sumiu no mercado, se dizia até que o Arsenal era maluco por ele à época.

    Parabéns, senhor professor mito!

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  2. Muitíssimo obrigado, Mito!!!

    A verdade é que a maioria dos méritos são para o mestre Rui Malheiro. Eu te juro que nunca vi na minha vida alguém que entende tanto de futebol quanto ele!

    E sobre o Manucharyan, digamos que ele deu certo "azar". Falo isso porque surgiu antes que esta interessante geração armênia estivesse pronta. Uma pena.

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