domingo, 25 de maio de 2014

Entre Neil Lennon e o Direito Civil; ou Minha Despedida do Mito

There's only one Neil Lennon.

Este, por certo, é um dos momentos em que deveria estar mergulhado nos estudos mas não posso por motivos mais fortes -- e seguramente mais interessantes. O da vez é Neil Lennon -- agora ex-treinador do Celtic, um verdadeiro ídolo para mim. Antes de seguir em frente os aviso que não deverão tomar o presente texto como uma análise séria; afinal de contas já há algum tempo deixei de ser analista de futebol (se é que cheguei a ser. Mas essa é uma outra história).

Soube há pouco que Lennon deixou o comando dos Bhoys após seu terceiro título nacional consecutivo em quatro anos de gerência. Nem é preciso dizer que fiquei um tanto triste; quando comecei a acompanhar o futebol escocês lá estava Lennon a treinar o Celtic. Era sua primeira temporada e tinha a missão de substituir Tony Mowbray em Parkhead. As coisas estavam difíceis para o clube de St Mary's Church e, para piorar, o Rangers de Walter Smith atravessava uma grande fase.

Os dois treinadores se cruzaram em momentos distintos de suas carreiras. O velho escocês dirigia os Blues pela última vez enquanto Lennon tentava pegar o jeito da coisa em Parkhead. Nenhum deles poderia saber o que o destino lhes reservava: ao primeiro uma luta para não ver seu antigo (?) clube fechar as portas que, depois de muita angústia, culminou num rebaixamento para a Scottish League Two; ao segundo o topo da Escócia. Simples assim. Não quero nem pensar na possibilidade de desmerecerem o trabalho de Lennon pela ausência de seu grande rival na elite do futebol escocês. Para mim seria algo sem cabimento.

Não torço pelo Celtic da mesma maneira que não torço pelo Rangers. Quem me conhece sabe que meu time na Escócia é o Queen's Park. Aliás, os pobres Spiders depois de tanto lutarem terminaram na lanterna da quarta divisão e agora só Deus sabe o que se passará daqui para frente. Mas, voltando ao que interessa, admiro demais os dois gigantes de Glasgow e apoio loucamente qualquer escocês que se meta à besta em competições européias. Não sei explicar a razão disso, mas é assim.

Minha admiração por Neil Lennon foi crescendo à medida em que descobria sua história como jogador e via nascer sua trajetória como técnico. Soube que fora atacado num pub e ameaçado nos dias em que levava às costas a camisa "18" dos Bhoys; e o vi ser atacado à beira do campo por um suposto adepto do Hearts durante uma partida que sua equipe acabou por vencer. Como se a culpa da desgraça que estava -- e ainda está! -- sobre o time vermelho de Edimburgo fosse sua culpa e não duma dúzia de imbecis que se meteram a "administrar" o clube.

O incrível é que a determinação de Lennon e o comprometimento com o Celtic só faziam aumentar conforme as hostilidades cresciam. Sua casa precisava ser cuidada constantemente pela polícia de Glasgow desde 2011, pois sua família também recebera ameaças. E ele, apesar de tudo, seguiu firme seu trabalho em Parkhead. 

Pode-se dizer que, a despeito de atingir o topo da Escócia como mencionei acima, o desempenho do Celtic na Europa foi fraco. A princípio, ao ver apenas os resultados e eliminações, a afirmação não é de todo absurda. Mas não consigo deixar de conter o sorriso ao recordar a vitória sobre o Barcelona em Parkhead; o mesmo que mantive após os títulos sucessivos do Rangers nas divisões inferiores. Só quem ama o futebol escocês entenderá tamanha incoerência de minha parte.

Jamais vou esquecer dos detalhes que fizeram de Lennon um ídolo dos Bhoys também como treinador: o principal deles foi fazer Georgios Samaras e Kris Commons jogarem decentemente. De todos os "entendidos" ouvia que o grego só servia para jogar ficar da área, que não tinha habilidade com a bola nos pés etc. Sob o comando de Neil Lennon atuou aberto pela esquerda na imensa maioria dos jogos do Celtic afunilando para o meio com velocidade incrível  pronto a finalizar ou passar a bola para o sempre presente (e incansável) Emilio Izaguirre. Como corre aquele hondurenho!

Quanto a Commons... Bem, posso dizer que o peguei para Judas do Celtic. E isto é, sim, algo pessoal. Para cada time que acompanho deve haver um bode expiatório (sinto falta do Milan de Antonini, Zambrotta, Boateng, Ambrosini e Abate). Divagações à parte, voltemos a Commons. Veio do Derby County no início de 2011 e logo na estréia marcou um gol na vitória por 4x1 sobre o Aberdeen. Depois disso é que começaram seus altos e baixos ao longo da temporada.

Era, em tese, um winger com capacidade para jogar pelos dois lados. Lennon tentou. O escalou tanto na direita quanto na esquerda e não deu muito certo. Parecia que só jogava quando estava "inspirado", seja lá qual for o significado dessa palavra. Mas foi aí que o técnico norte-irlandês uniu o útil ao agradável e aproveitou para implantar de vez um 4-2-3-1 no Celtic. Samaras, como dito anteriormente, tomou conta do flanco esquerdo e o capitão Scott Brown (outro mito) foi escalado na direita; sobrou para Commons o centro da linha de 3 meias e lá ele deslanchou. Ou quase. Melhorou bastante e se tornou titular, mas não incontestável (pelo menos não para mim).

Há também os casos de Victor Wanyama e Efe Ambrose. Dizem os seguidores da Premier que o primeiro não foi muito bem por lá. Eu nem tenho idéia; me limitarei a comentar o que vi. E digo que tive a felicidade de vê-lo, improvisadamente, substituindo um grande Beram Kayal. Até a lesão e a má fase do israelense, Wanyama era zagueiro; já se notava sua habilidade com a bola nos pés, mas não era possível prever um avanço ao meio-campo. Lennon decidiu improvisar pela falta de opção e o nigeriano se mostrou soberbo: seguro na marcação e com uma saída de bola extremamente precisa. Difícil esquecer seu desempenho na vitória sobre o Spartak Moscow em Luzhniki.

Só agora notei que o texto ficou maior do que eu planejava. Engraçado como as coisas não fluem com tanta facilidade quando escrevo sobre outros temas. Talvez seja um sinal de que eu deva permanecer em minha zona de conforto. E nem sequer mencionei Charlie Mulgrew, Fraser Forster, Joe Ledley, James Forrest, Gary Hooper, Anthony Stokes e a revelação Tony Watt.

Melhor terminar logo antes que seja acometido por outras idéias. Fala-se de Neil Lennon dirigindo West Bromwich ou Norwich; confesso que torcerei muito por ele em qualquer clube. Para o Celtic cogitam-se Malky Mackay, Roy Keane, Henrik Larsson e Paul Lambert. Eu adoraria ver o último em Parkhead. Agora devo regressar aos estudos; a Teoria Geral das Obrigações me espera e não tenho como improvisar na prova do segundo bimestre.

domingo, 28 de julho de 2013

Rangers começa a temporada com goleada

Nicky Law. rangers.co.uk

Neste domingo (28) o Rangers disputou seu primeiro jogo oficial da temporada 2013/14. Os Blues visitaram o Albion Rovers, meteram 4x0 e passaram de fase na Ramsdens Challenge Cup. Destaque para Nicky Law, meio-campista recém-contratado que marcou duas vezes.

Ally McCoist contou com dois dos 8 reforços: Nicky Law no meio-campo e John Daly na frente. Tudo bem que o Albion não ofereceu grande resistência, mas ver o Rangers começando a temporada com o pé direito é sempre bom. Ainda que eu não tenha escrito muita coisa acerca do título da última SFL3, pude acompanhar a maior parte da campanha e, como esperado, o time sobrou. Os dois únicos problemas eram a defesa e a falta de um atacante mais fixo, haja vista o péssimo desempenho do espanhol Francisco Sandaza.

Para resolver as coisas lá na frente McCoist trouxe ninguém menos do que Jon Daly. O atacante irlandês teve uma passagem fantástica pelo Dundee United e sabe-se lá porque o clube não lutou muito para renovar seu contrato. Mesmo não tendo marcado contra o Albion, Daly me passou uma excelente impressão na estreia. Se movimentou bem demais puxando a marcação e levou perigo nas bolas aéreas.

É interessante mencionar também tudo o que girou em torno desta contratação. Grande parte dos sites escoceses disseram que Daly seria o primeiro atleta Católico da República da Irlanda a defender o time protestante de Glasgow. Segundo o site Sport is Everithing isso não é totalmente verdade. O Gers conta no plantel atual com o jovem goleiro Alan Smith, um "prata da casa" que estreou num amistoso contra o Linfield na Irlanda do Norte. A matéria foi um tanto enfática criticando os grandes portais por não falarem de Smith, jogador nascido na República da Irlanda e que fez testes até no Celtic. A dúvida paira quanto a religião de Smith: apesar da crítica feroz, eles não mencionaram se ele é Católico ou não. Inclusive John Gow, jornalista que cobre o Rangers, quando consultado sobre o assunto disse que Daly é o primeiro jogador nascido na República da Irlanda e Católico que servirá o Rangers.

Por curiosidade histórica, os primeiros irlandeses Católicos  -- que nasceram antes da independência -- a defender o Rangers foram Alex Stevenson, Alex Craig e James Lowry McAulay. Quanto ao primeiro Católico a coisa fica mais complicada. Não existe qualquer confirmação oficial. Algumas listas que "pingaram" por aí fazem referência a Pat Lafferty, que vestiu a camisa do Gers em 1886. O problema é que não sabemos ao certo se era ou não Católico. Falando de jogadores mais modernos, Maurice "Mo" Johnson foi um Católico que, sem dúvida, marcou época em Ibrox.

Mas voltando a 2013, outra coisa que me chamou a atenção na partida contra o Albion foi o esquema tático utilizado por McCoist durante boa parte do segundo tempo (mais precisamente até a entrada de Templeton). Primeiro achei que estava ficando maluco. Depois vi que não. Tratou-se de um 4-4-2 com Andy Little e Jon Daly na frente. O mais interessante é que a versatilidade dos jogadores continuou a ser aproveitada.

Na primeira etapa o técnico escocês mandou o já tradicional 4-2-3-1, com Crawford pela direita, Little pela esquerda e Law ou MacLeod no centro da linha de três meias. Para se ter uma ideia o principal homem de marcação era Ian Black, um jogador bastante ofensivo. A tendência que é siga assim. Só gostaria de ver a postura da equipe contra um rival mais forte.

Vontades à parte, melhor parar por aqui. Poderia escrever sobre o Rangers a noite toda, mas aí ninguém iria ler. Quanto às expectativas, acredito que sejam as mesmas da passada temporada: Gers atropelando todo mundo e, quem sabe, uma "zebra". É bom lembrar que agora não existe mais a divisão entre Scottish Football League e Premier. Todas fazem parte da nova Scottish Professional Football League. Na prática o Rangers vai disputar a terceirona --agora com o nome de League One --  do mesmo jeito.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Hiddink deixa o Anzhi

Hiddink e Meuelensteen. fc-anji.ru

Nesta segunda-feira (22) o site do Anzhi confirmou a renúncia do treinador Guus Hiddink. O holandês deixou o clube do Daguestão com um ponto conquistado em dois jogos. Na última rodada perdeu por 2x1 para o Dynamo Moscou. Seu substituto será o também holandês René Meulensteen.

A renúncia de Hiddink foi aceita com bastante naturalidade pela imprensa russa. E não poderia ser diferente. Desde sua chegada todos sabiam que seu trabalho seria apenas de transição. Digamos que ele assentaria as bases para outro treinador. A cobrança por títulos e bons desempenhos surgiu porque neste período transitório o Anzhi já contava com um dos melhores elencos da Russian Premier League (atualmente é o melhor, ao menos do meio para frente).

Hiddink assumiu o clube em fevereiro do ano passado, após a demissão de Yuri Krasnozhan (este, por sua vez, trabalhou durante um mês e nem sequer chegou a disputar uma partida oficial). Neste meio tempo, até o fim da temporada, começou a moldar a equipe. Os resultados foram vistos no primeiro turno da campanha 2012-2013: até a pausa de inverno o Anzhi era líder absoluto e favorito ao título do campeonato. Até mesmo eu, cético como sempre, fui forçado a me render ao pragmático time de Hiddink. O futebol apresentado não era grande coisa, mas os resultados vinham. E isso era o que importava.

Mas aí, para quebrar qualquer comentarista, os Orlovs voltaram completamente perdidos no returno do russão. Nem mesmo a contratação de Willian junto ao Shakhtar -- por 35 milhões de euros -- foi capaz de reacender o time. Ao cabo de tudo as derrotas -- e a repentina recuperação do Zenit -- deixaram o Anzhi na terceira colocação da RPL. Na final da Copa da Rússia ainda perderam para o campeão nacional CSKA (acho que devo desculpas a Slutsky, não?).

Para a atual temporada o time se reforçou ainda mais! Contratou Igor Denisov (melhor opornik da RPL), Aleksey Ionov, Aleksandr Kokorin e resgatou Christopher Samba. Adicionem esses reforços a um plantel que ainda conta com Odil Ahmedov, Lacina Traoré, Oleg Shatov, Mbark Boussoufa, Samuel Eto'o, Lass Diarra e o supracitado Willian. Sem qualquer contestação é o melhor elenco da Premier League.

O problema é que não correspondeu em campo nas primeiras partidas. Contra Lokomotiv e Dynamo teve a bola mas faltou objetividade. Denisov se mostrou um tanto perdido no meio-campo e Lass ficou sobrecarregado. Willian se deslocou para a direita visando fugir da marcação e desapareceu. Eto'o caiu para a esquerda e deixou Ionov lá na frente. Não deu certo. Sobre a defesa prefiro nem comentar.

Não restam dúvidas de a renúncia de Hiddink aconteceu em um momento um tanto inoportuno para o clube. Agora René Meulensteen, que chegou no início deste mês, precisará colocar em prática os ensinamentos que aprendeu nos últimos cinco anos auxiliando Sir Alex Ferguson no Manchester United. Ele é o nome que encerra o período de transição e coloca o Anzhi em uma nova era. Deve estar ciente de que as cobranças sobre ele serão ainda maiores e que as reformas de Hiddink (em todos os setores do clube) precisarão ser levadas adiante.

terça-feira, 2 de julho de 2013

El regreso

Bueno, la verdad es que no tengo ni ideia de como empezar este texto. Creo que será más un relato personal que un artículo como los otros que hay en este blog, pero todo bien. Para aquellos que me conocen me lo imagino que no haya necesidad de aclarar porque lo hago en español y no en portugués. Mi lagación futbolera con los hispanos parabólicos es bastante antígua ya.

Incluso creo que fue un poco de esta ligación que me hizo volver al fútbol. Pero nos vamos poquito a poco con eso. Antes digo que dejé el fútbol por algunos meses (llegué a imaginar que sería definitivamente) sin razón aparente. Muy liado con los estudios y otras cosas simplemente abandoné al deporte rey. Por que? Ni puta idea de la razón. Probablemente porque soy loco. Ah, eso sí! Puse hacia al lado algo que tanto me encantaba para nada. Me hizo mal, por cierto. Para los que creen que el fútbol no es nada más que preferencia ahí está la prueba de lo contrario.

Como pasaba el tiempo sentía que aquella pasión me quemaba por dentro. El último partido que vi fue la final de Johnstone's Painty Trophy en el 7 de abril, cuando por cierto mi Southend (ya entrenado por Phil Brown) perdió 2x0 ante el Crewe. Pero todo este ayuno futbolero comenzó un poco antes. Luego que adentré a la Universidad. Imaginaba que, como no estaba haciendo periodismo, debería desistir del fútbol. Como me equivoqué! 

Anoche descargué y miré la final de la Scottish Cup. El Celtic hizo un partidazo y le ganó 3x0 al Hibernian de Pat Fanlon. Tengo algo muy especial con este Celtic, porque justo a la temporada que se efetivó Neil Lennon fue la primera que seguí del fútbol escocés (2010-2011). O sea, tuve la oportunidad de seguir todo el desarrollo de su trabajo. Entonces por que coño tuve la idea de dejar todo hacia atrás????

Soy un enfermo. Eso sí. Pero enfermo del fútbol! Y de eso ya no quiero curarme de ninguna manera. Una de las cosas que me hizo despiertar fue seguramente la entrevista de Àxel Torres concedida a "Ecos del balon". Seguro que en esta parte del texto entra también la justificación para hacerlo en español.

Mucho de lo que aprendí y de lo que busqué sobre fútbol internacional fue gracias a Marcador Internacional. Me acuerdo bien del sábado en el que buscaba cosas por internet, entonces abrí Radio Marca y allá estaban algunos tíos hablando cosas que al princípio no entendía muy bien. Pero lo poco que entendía me gustaba porque hablaban de muchas ligas.

En la semana posterior hice lo mismo y poco a poco ya les comprendía de una manera bastante más clara. De hecho los chicos de MI se fueron convirtiendo en mis referencias del fútbol internacional. Además escucharles siempre es muy divertido. Me gustaba incluso el "Futbolista Anónimo" aunque tenga sacado un sólo jugador en toda mi vida (fue Tony Watt, del Celtic, y no mandé mail porque sabía que no sacaría a otro).

Entonces ver a Axel Torres y dar un poco de atención a sus palabras me hizo reflexionar sobre lo que estaba abandonando y que significación tendría para mi. Ahora estoy seguro de que no vale la pena poner hacia al lado algo que tanto me hace bien como el fútbol.

Por cierto, acerca de los posts no puedo garantizar mucho. Por lo menos uno al mes es lo que quiero hacer. Pero hay otros compromisos. Los ruego que tengan un poquito de paciencia hasta que yo pueda adaptarme a mis nuevos horarios y todo eso.

Muchas gracias y sepan que el Gilmar parabólico acaba de regresar!