domingo, 27 de janeiro de 2013

A busca pelo novo Mkhitaryan (Parte II)

O último título nacional do Pyunik foi em 2010.

Na semana passada comecei a análise sobre o "boom" na demanda por jogadores armênios falando sobre os motivos que levaram esta recente busca e, com contribuição total de Rui Malheiro, os nomes que merecem ser observados.

Nesta segunda, a qual também terá uma grande participação de Rui Malheiro, o tema principal será o Pyunik, equipe que revela a maioria das jovens pérolas armênias.


Pyunik, o celeiro de craques armênios

Como foi dito anteriormente, o Pyunik é o principal berço das mais recentes promessas do futebol armênio. A equipe azul de Yerevan tem nada menos do que 12 títulos nacionais, sendo 10 consecutivos conquistados de 2001 a 2010. Entretanto, nas duas últimas ligas os comandados de Vardar Minasyan (o mesmo treinador da seleção) ficaram para trás.

Assim sendo, perguntei a Rui se tal queda de produção foi propiciada pela venda de jogadores e se o desempenho recente pode acabar prejudicando a revelação de novas "pérolas". E ele me disse o seguinte:

"A queda de produção do Pyunik passou não só pela perda de seus melhores jogadores, como também pela aposta clara na formação, o que torna num 'clube montra'. Grande parte de sua equipe é formada por jogadores sub-21, o que faz com que acuse alguma inexperiência nos momentos decisivos, como também tem vindo a jogar apenas com jogadores armênios, numa altura em que a maior parte das equipes têm vindo a reforçar-se com estrangeiros. Se alguns destes têm revelado falta de qualidade, os africanos Fofana e Yoro Lamine Lamine Ly foram determinantes para o título do Shirak.

"Não (acredito que a revelação de jogadores seja comprometida). Aliás, os dois pontos anteriores mostram que o Pyunik continua a ser o maior viveiro de talentos do futebol armênio. E a sua estrutura não hesita em apostar em jovens, de 18 ou 19 anos, como titulares indiscutíveis. Ganham em termos competitivos por adquirir ritmo no campeonato principal, como também estão na 'montra' pra os prospectores que se deslocam a Yerevan. Para além disso, a maior parte destes jogadores tem percurso nas seleções jovens e, em alguns casos, já chegaram à seleção A.

"Há muitos nomes interessantes no Pyunik: Grigor Hovhannisyan e Arman Hovhannisyan, 19 anos (defesas); Kamo Hovhannisyan, 20 anos, e Malakyan, 18 anos (médios); Hovhannisyan, 19 anos, e Ayvazyan, 18 anos (avançados)".

Esta clara aposta do Pyunik única e exclusivamente voltada para jovens atletas armênios pode ser considerada o verdadeiro estopim para a evolução do futebol no país. É difícil acompanhar a Premier League da Armênia (exceto para Rui, que vê praticamente todas as ligas do mundo), portanto nos guiamos pelas transferências e pela adaptação dos jogadores à outras ligas. E recentemente isso tem dado muito certo.

O mais incrível da "filosofia Pyunik" é que não há argumentos para contestá-la. Realmente o time perdeu as duas edições mais recentes do campeonato, mas ganhou as 10 anteriores. É importante destacar que, até então, os jogadores cresciam e amadureciam no time, como foi o caso de Mkrtchyan, Pizzelli e Ghazaryan, que só depois de um frutuoso ciclo é que foram vendidos. Atualmente as coisas mudaram um pouco. A busca é maior, e os jogadores  que são revelados partem cada vez mais jovens, obrigando Vardar Minasyan a trabalhar quase que exclusivamente com os mais inexperientes.

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