terça-feira, 19 de junho de 2012

DПриходите на Украине!

Incrível!

Mesmo sendo uma das sedes da Euro 2012, a seleção ucraniana foi considerada uma das mais fracas da competição mesmo antes de a bola rolar. Alguns fizeram isso por conveniência, já que é mais fácil criticar sem ver, mas outros realmente não colocaram fé nos comandados de Blokhin. Por fim a Ucrânia caiu na primeira fase, mas suas atuações os fizeram sair "de cabeça erguida", como declarou o próprio treinador.

O mítico Oleg Blokhin não tinha uma missão muito fácil. Precisava fazer uma seleção que não convenceu em amistosos nem disputou a etapa classificatória não envergonhar sua torcida. Felizmente ele conseguiu. Ainda que tenha deixado alguns bons jovens valores no banco, mostrou que os "medalhões" -sobretudo Shevchenko- ainda poderiam contribuir bastante.

Vou ser franco. Ao ver a escalação de Blokhin para a estreia na Euro frente à Suécia fiquei bastante irritado. Não acreditava como Kacheridi e Mikhalik poderiam ser titulares na zaga, enquanto Kucher e Rakitskiy ficavam no banco. Ademais, Nazarenko nunca me convenceu e outra vez ganhou uma chance jogando no meio-campo. E não é que me calaram? Tudo bem que a seleção de Hamrén se retrancou bem mais do que o normal e fez justamente aquilo que não podia -dar a bola para a Ucrânia- mas os méritos de Shevchenko e companhia merecem ser muito ressaltados.

Só neste jogo pudemos constatar que Kacheridi nem sempre falha, Pyatov raramente pode passar confiança e Nazarenko, quando quer, se apresenta demais para o jogo. A verdade é que o meio-campista do Tavriya teve uma atuação quase perfeita, aparecendo até mesmo ao lado de Andriy Voronin. Como se não bastasse isso, o volantão Anatoliy Tymoshchuk foi um perfeito "cão-de-guarda" na marcação e acertou mais passes do que o normal.

Como diria um amigo meu "nem tudo na vida são flores". A frase é bastante ridícula, mas pode -por incrível que pareça- ser aplicada no contexto. A atuação ucraniana na derrota para a França deixou mais a desejar. Isso, logicamente era esperado, já que a seleção de Laurent Blanc não iria deixar a bola para a Ucrânia fazer o que bem entende. Contra a Inglaterra, mesmo sofrendo outra derrota, a imagem passada foi muito positiva.

Ainda que contestado, Denys Garmash foi muito bem e conseguiu provar -como se alguém que acompanha futebol internacional ainda duvidasse- que em pouquíssimo tempo será um jogador fundamental para a Ucrânia. Ademais, por vezes a equipe de Blokhin poderia ter marcado (até marcou com Devic, mas sabe-se lá como os assistentes não viram a bola entrando), mas lá estava Joe Hart.

Lições a serem tiradas desta Euro? Sem dúvida, algumas. A primeira delas é que Andriy Shevchenko é mais que um ícone. Existem pessoas pedindo para que seja construída uma estátua para ele ao lado da do mito-mor Valeriy Lobanovskyi. Eu não esperava nada dele nesta Euro, porque passou boa parte da temporada lesionado e isso, na sua idade, torna as coisas ainda mais complicadas para tamanha competição. Mas fui calado de novo (ainda bem!) e Sheva marcou duas vezes contra a Suécia.

A segunda lição ficou mais para mim. Me assustei com a repercussão que Yevgen Konoplyanka e Andriy Yarmolenko tiveram por aqui. Sinceramente, não é de hoje que os garotos vêm arrebentando na UPL, mas também pudera, esperar que alguém acompanhe a liga ucraniana para depois palpitar já é demais. Por aqui preferem falar mesmo sem ver.

De qualquer forma, creio que Konoplyanka merece um destaque maior porque esta é a primeira grande competição que ele disputa e realmente seu desempenho foi de encher os olhos. Mesmo com o Dnipro estando mal -para variar- na temporada, ele conseguiu se sobressair. Ademais, quando disputou o Europeu sub-21 no ano passado atuou mais centralizado na linha de três meias, onde não rende tanto quanto pela esquerda.

Para finalizar, não poderia deixar de falar daquele que, para mim, foi o melhor jogador da Ucrânia e é peça fundamental no Dynamo Kyiv há algum tempo: Oleg Gusev. Como não tinha espaço para ele no meio-campo, Blokhin o colocou na lateral-direita, criando assim uma das principais armas ucranianas na competição. Suas constantes e incisivas subidas pelo flanco direito foram uma dor de cabeça para todos os defensores.

Depois de tudo isso não há como dizer que a Ucrânia tenha feito uma má Eurocopa. Para seus padrões, foi muito bem. Agora é esperar que os jovens valores continuem o legado deixado por Shevchenko e Voronin.

*Para gerar um pouco mais de polêmica, o título está em russo. Alô, Viktor Yuschenko!

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