domingo, 3 de abril de 2011

De forma impecável, o Porto sagra-se campeão português!

Uma campanha que, até aqui faz-se perfeita do time comandado por André Villas-Boas, de apenas 33 anos. Em um total de 25 jogos, foram 23 vitórias e dois empates (estes, frente a Vitória de Guimarães e Sporting, respectivamente) e com uma diferença de 16 pontos para o Benfica, a cinco rodadas do fim.
O jogo que deu o título ao clube portista não poderia ter sido melhor, foi contra o Benfica e, ainda por cima, em pleno Estádio da Luz.
A partida em si começou muito movimentada e com um Benfica mais centrado na marcação que o normal, justamente para evitar o título do rival.
Mas isso não adiantou muito, já que, com apenas 9 minutos, Guarín abriu o placar, depois de uma falha ridícula do goleiro Roberto.
A partir daí, o time de Jorge Jesus foi forçado a atacar, mas não o fez de forma contundente, isso porque o trio formado pelos argentinos Salvio, Aimar e Gaitán não criava sequer uma boa jogada.
Mesmo assim o empate aconteceu, após um pênalti (que na verdade não ocorreu) cometido por Otamendi em Gonzalo Jara. Para a cobrança foi Saviola, que apenas deslocou o capitão do Porto, Helton, e marcou.
Ainda assim, o clássico seguiu emocionante demais e o time da casa não encaixava seu estilo de jogo, o que facilitou para os Dragões. Tanto que, aos 26' chegou o segundo gol. Este, também de pênalti.
Mas no segundo caso, o goleiro Roberto realmente cometeu a penalidade no atacante colombiano Falcão Garcia. Para a cobrança, foi o craque do time, Hulk, que também não desperdiçou.
Já no segundo tempo, os Encarnados até melhoraram em campo e conseguiram ter mais posse de bola, só não converteram isso em grandes chances. O que me preocupou foi a apatia do ataque portista, com Hulk, Varela e Falcão que pouco (ou nada) fez. Mas nem assim o Benfica conseguiu estragar a festa do time da cidade do Porto.
Este título tem muitíssimas peculiaridades e vou procurar falar de todas elas, que são bastante interessantes.
A começar pelo treinador, André Villas-Boas que, como já foi mencionado, tem apenas 33 anos.
As comparações com seu "mentor" José Mourinho são inevitáveis, até mesmo pela forma com que ambos se portam à beira do campo. Para quem não sabe, Villas-Boas foi, durante um bom tempo, auxiliar de Mourinho e ganhou sua primeira oportunidade como técnico no comando da Acadêmica de Coimbra na temporada passada, deixando a equipe no meio da tabela.
Nesta temporada, ele chegou ao FC Porto para substituir o já consagrado Jesualdo Ferreira, já que a relação com o clube estava bastante "desgastada" depois da perda do último campeonato justamente para o Benfica.
Mas não há dúvidas de que, depois de uma campanha como esta em que o time venceu e convenceu, ele será  falado em todo o "mundo da bola".
Apesar das últimas atuações que estão sendo fraquíssimas, Hulk é o craque deste time e da Liga Zon Sagres, levando 20 gols e isolando-se na artilharia da competição.
O atacante chegou meio desacreditado na equipe, mas agora, já é pretendido por "meio mundo" e só não tem o espaço que merece, na seleção brasileira.
Suas atuações são impecáveis e acho que a quantidade de gols, não me desmentem. Por várias vezes quem decidiu as partidas foi ele, fazendo jogadas fantásticas.
Sei que muitos devem estar pensando, mas contra os times de Portugal é mesmo fácil. Só não podemos nos esquecer que, ele foi estupendo na goleada de 5x0 no primeiro turno do campeonato contra o próprio Benfica e ajudou demais sua equipe na Europa League.
Como disse Villas-Boas "estes jogadores têm um talento fora do normal", ou seja, apesar de Hulk ser o principal nome, ele não joga sozinho e todo o time é muito sólido e merece um grande destaque.
Vamos começar pelo sistema defensivo comandado pelo goleiro brasileiro Helton,. Com a saída de Bruno Alves (que foi para o Zenit)  a torcida passou a se preocupar com relação ao nome que iria substituí-lo. No começo foi o brasileiro Maicon, que formou uma excelente dupla com Rolando, mas depois de sofrer uma lesão, perdeu a posição para o argentino Otamendi, que conseguiu superá-lo.
Nas laterais, temos Álvaro Pereira e Fucile que, na maioria dos jogos são titulares. Mas às vezes, o técnico colocava o romeno Sapunaru pelo lado direito e Fucile pela esquerda, isso quando queria reforçar ainda mais a marcação, já que Álvaro apoia muito ao ataque.
No meio-campo temos um jogador que dá equilíbrio a este time, trata-se do volante brasileiro Fernando, principal homem de marcação.
Ele vive uma fase impressionante e todas as vezes que não jogou, os Dragões sofreram demais. Vale destacar que, além de marcar com uma qualidade incrível, ele sabe sair jogando quando necessário.
Ainda falando do setor médio do time, temos João Moutinho, Belluschi e Guarín (este, tornou-se titular nas últimas rodadas). O português João Moutinho chegou esta temporada, vindo do Sporting e é titular absoluto na equipe. Seu papel divide-se em auxiliar Fernando e ser um dos homens de criação, funções que exerce sem problema algum.
Até meados da temporada, Belluschi completava a faixa central do gramado e ainda por cima, com atuações memoráveis, com direito a belíssimos gols e grandes jogadas.
Mas, de algumas rodadas para cá, ele acabou indo para o banco e o colombiano Freddy Guarín conquistou a posição, tendo em vista sua grande qualidade também na marcação e, a meu ver, isso equilibrou ainda mais esta grande equipe.
E por fim, vamos ao ataque. Este, tem o trio Hulk, Falcão e Varela. O brasileiro dispensa mais comentários e então, vamos com o português Silvestre Varela, que atua pelo lado esquerdo e tem uma imensa qualidade técnica além de muita velocidade, tornando esta equipe, muito perigosa também pelos flancos. Outra modificação que tem acontecido há pouco tempo é a entrada do jovem colombiano James Rodríguez, tendo em vista uma pequena queda de produção de Varela.
Para completar esta sólida equipe há o camisa "9" Falcão García, que tem 11 gols na temporada e acabou tornando-se um bom substituto para o argentino Lisandro López.
Não há como analisar os jogadores sem dizer a forma com que o Porto joga, dominando quase que completamente seus adversários e mantendo a posse de bola durante a maior parte do jogo.
Quando ataca, conta com Hulk caindo do flanco direito para o meio, confundindo assim a marcação adversária e, outro fator a ser levado em consideração é o apoio dos jogadores de meio é fundamental para desestabilizar uma eventual "marcação pressão".
Ao se defender, o time mantém a mesma constância, fazendo até mesmo os dois atacantes mais abertos voltarem para compor e deixando o "trabalho sujo" principalmente para Fernando, que o faz muito bem. Nisso, contra-ataques são ligados rapidamente.
Há de se destacar que o Porto ainda disputa a Uefa Europa League e, para mim, é o principal favorito ao título.
Não consigo deixar de pensar até que ponto esta equipe pode chegar disputando uma Champions League. Veremos isso na próxima temporada.

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