sábado, 27 de outubro de 2012

De acéfalo a genial em uma temporada (Parte II)

A nova dupla dinâmica

Na semana passada falei sobre a grande dependência  que o CSKA tinha de Love e Doumbia e do fiasco que foi a temporada 2011-2012. Nesta segunda e, para sorte de todos (inclusive a minha), última postagem, o foco principal será a mudança repentina de postura da equipe.

O meio-campo mais "inspirador" da RPL

Como disse na semana passada, Musa e Wernbloom começaram a mudar a cara da equipe logo que chegaram (ainda na temporada anterior) mas não era o suficiente. Para brigar de verdade pelo título o presidente Yevgeny Giner sabia que precisava contratar mais jogadores. E assim fez.

Repetindo o processo de Wernbloom, ele contratou Rasmus Elm, que também é sueco e defendia o AZ Alkmaar. Para o setor defensivo chegou o brasileiro Mário Fernandes. Matías Suárez deveria ter sido contratado também, mas houve um problema de última hora e ele ficou no Anderlecht (a imprensa russa diz que ele virá em janeiro).

Outro que precisa ser mencionado é o chileno Mark González. Considerando o fato de que ele perdeu toda a campanha 2011-2012 lesionado, dá para contar a sua volta como um reforço para o plantel de Slutsky. Com este meio-campo todo congestionado, Aldonin e Semberas foram emprestados para Mordovia e Alania, respectivamente.

No começo da decorrente RPL pouca coisa mudou. Slutsky armou o time em um 4-2-3-1, variando para um 4-1-4-1, visto que Honda estava no DP ao lado de Wernbloom. Pelos lados foram escalados Musa e Tosic. Dzagoev, por fim, estava no centro da linha de 3 meias. Doumbia era o único atacante de ofício em campo e no elenco, já que Tomás Necid se machucou outra vez.

Tudo estava bem até que Doumbia precisou fazer uma cirurgia para a retirada de uma hérnia. Isso aconteceu há mais de 2 meses e ele não deve voltar neste ano. Foi aí que a imprensa -extremamente crítica- caiu matando sobre Slutsky questionando qual seria sua alternativa para substituir o atacante costa-marfinense.

A tática foi manter o esquema (até porque ele não teria como mudar desta vez) e adiantar Musa como "falso 9". Logicamente no início não deu muito certo, mas logo o nigeriano foi se adaptando e, por incrível que pareça, o CSKA melhorou muito.

Lembram-se quando falei que certos jogadores não estavam bem na temporada passada? Pois então, citei Tosic mas não mencionei Aleksandrs Cauna. O meia letônio foi extremamente oportunista. Ele entrou no time quando Wernbloom estava suspenso, formou uma dupla fantástica com Rasmus Elm no centro de campo e conquistou a vaga de titular. Na passada RPL Slutsky insistiu em colocá-lo pelos lados, mas não deu certo.

Outra mudança muito interessante no atual meio-campo do CSKA envolve Keisuke Honda e Dzagoev. Os dois jogadores mais habilidosos do time do exército revezam constantemente entre o centro da linha de 3 meias e o lado esquerdo, confundindo demais a marcação. O curioso é que Dzagoev joga tão bem aberto pela esquerda quanto mais centralizado. Entretanto, se for escalado na direita irá desaparecer.

A defesa segue incontestável tecnicamente, porém lenta. Entretanto, seu protagonismo negativo nas partidas é bem menor já que o time fica com a bola durante a maior parte do tempo e mantém o controle. A mudança no estilo de jogo do CSKA fez com que o fato de ter a bola tenha se convertido em seu ponto forte.

Ainda que pareça pouco o intervalo de uma temporada para que tantas mudanças tenham acontecido, é preciso lembrar que Slutsky está no time desde 2009 e, apesar de sempre ter sido contestado, conhece como poucos o elenco. Só nos resta saber se isso será suficiente para que o CSKA consiga brigar pelo título até o fim da temporada e não faça feio na Europa na próxima campanha.

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