terça-feira, 23 de julho de 2013

Hiddink deixa o Anzhi

Hiddink e Meuelensteen. fc-anji.ru

Nesta segunda-feira (22) o site do Anzhi confirmou a renúncia do treinador Guus Hiddink. O holandês deixou o clube do Daguestão com um ponto conquistado em dois jogos. Na última rodada perdeu por 2x1 para o Dynamo Moscou. Seu substituto será o também holandês René Meulensteen.

A renúncia de Hiddink foi aceita com bastante naturalidade pela imprensa russa. E não poderia ser diferente. Desde sua chegada todos sabiam que seu trabalho seria apenas de transição. Digamos que ele assentaria as bases para outro treinador. A cobrança por títulos e bons desempenhos surgiu porque neste período transitório o Anzhi já contava com um dos melhores elencos da Russian Premier League (atualmente é o melhor, ao menos do meio para frente).

Hiddink assumiu o clube em fevereiro do ano passado, após a demissão de Yuri Krasnozhan (este, por sua vez, trabalhou durante um mês e nem sequer chegou a disputar uma partida oficial). Neste meio tempo, até o fim da temporada, começou a moldar a equipe. Os resultados foram vistos no primeiro turno da campanha 2012-2013: até a pausa de inverno o Anzhi era líder absoluto e favorito ao título do campeonato. Até mesmo eu, cético como sempre, fui forçado a me render ao pragmático time de Hiddink. O futebol apresentado não era grande coisa, mas os resultados vinham. E isso era o que importava.

Mas aí, para quebrar qualquer comentarista, os Orlovs voltaram completamente perdidos no returno do russão. Nem mesmo a contratação de Willian junto ao Shakhtar -- por 35 milhões de euros -- foi capaz de reacender o time. Ao cabo de tudo as derrotas -- e a repentina recuperação do Zenit -- deixaram o Anzhi na terceira colocação da RPL. Na final da Copa da Rússia ainda perderam para o campeão nacional CSKA (acho que devo desculpas a Slutsky, não?).

Para a atual temporada o time se reforçou ainda mais! Contratou Igor Denisov (melhor opornik da RPL), Aleksey Ionov, Aleksandr Kokorin e resgatou Christopher Samba. Adicionem esses reforços a um plantel que ainda conta com Odil Ahmedov, Lacina Traoré, Oleg Shatov, Mbark Boussoufa, Samuel Eto'o, Lass Diarra e o supracitado Willian. Sem qualquer contestação é o melhor elenco da Premier League.

O problema é que não correspondeu em campo nas primeiras partidas. Contra Lokomotiv e Dynamo teve a bola mas faltou objetividade. Denisov se mostrou um tanto perdido no meio-campo e Lass ficou sobrecarregado. Willian se deslocou para a direita visando fugir da marcação e desapareceu. Eto'o caiu para a esquerda e deixou Ionov lá na frente. Não deu certo. Sobre a defesa prefiro nem comentar.

Não restam dúvidas de a renúncia de Hiddink aconteceu em um momento um tanto inoportuno para o clube. Agora René Meulensteen, que chegou no início deste mês, precisará colocar em prática os ensinamentos que aprendeu nos últimos cinco anos auxiliando Sir Alex Ferguson no Manchester United. Ele é o nome que encerra o período de transição e coloca o Anzhi em uma nova era. Deve estar ciente de que as cobranças sobre ele serão ainda maiores e que as reformas de Hiddink (em todos os setores do clube) precisarão ser levadas adiante.

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